A gestão em saúde aliada à tecnologia tem se mostrado uma tendência promissora para os próximos anos e com o avanço tecnológico, surgem inúmeras soluções inovadoras que podem otimizar processos, melhorar a qualidade do atendimento e proporcionar benefícios significativos para pacientes e profissionais da área da saúde.
Cada vez mais, instituições de saúde encaram o desafio de planejar e executar estratégias que impulsionam seus resultados. Neste sentido, especialistas na área apontam também a possibilidade de aproveitar as oportunidades das tendências na gestão estratégica em saúde.
Convidamos o Gestor em Serviços de Saúde Dan Iuri dos Santos Cabreira, que se destaca como especialista em operações hospitalares, com uma carreira de 18 anos no setor da saúde, onde atuou em grandes instituições de diferentes modelos de governança e que atualmente presta consultoria na área, para nos repassar sua visão sobre as principais tendências para os próximos anos quanto à gestão e tecnologia aplicadas em saúde.
Perguntamos a ele, qual a importância da Tecnologia na Gestão em Saúde:
“Gosto muito da Teoria da Contingência, segundo DONALDSON, pois trata de uma das teorias que regem a Gestão Hospitalar, onde o seu fundamento está baseado nos seguintes princípios:
- Não existe uma estrutura organizacional única que seja altamente efetiva e eficiente para todas as organizações.
- Há diversos fatores contingentes: Estratégia, tamanho, incerteza em relação ao mercado e tecnologia.
Estas características organizacionais refletem a influência do ambiente em que a organização está inserida, assim, para ser efetiva, ela precisa adequar sua estrutura a seus fatores contingenciais, e assim ao ambiente. Ou seja, na teoria da contingência não existe um modelo ou melhor modelo de organização.
Neste sentido também temos os estudos de Burns e Stalker que distinguiram o modelo mecanicista e orgânico (onde os hospitais se enquadram). Organizações vivas tem alta concorrência, que necessitam de adaptações rápidas e estruturas flexíveis.
Diante destas características que os Hospitais possuem, fica nítido que os sistemas utilizados hoje, não atendem as demandas de um cenário de transformações, pois são sistemas “prontos” modelados, pouco flexíveis.
A busca por eficiência, gestão de fluxos complexos, gestão por linhas de cuidados e a integração de processos, estão exigindo dos sistemas mudanças estruturais para atender estas demandas.
Dentro deste cenário de incertezas, mudanças tecnológicas e busca incansável por eficiência, acredito que para 2024 a Gestão em Saúde terá uma tendência em três pontos principais:
- A entrada definitiva da AI (Inteligência Artificial) nos processos;
- A integração completa dos sistemas de gestão;
- E o aperfeiçoamento do “Sistema de Colaboração” entre o ambiente interno e externo dos Hospitais.
Obviamente que estes pontos não são novidades, muitos anos que já falamos neles, mas pouco andou, e para muitos, o acesso está bem distante.
Como a AI (Inteligência Artificial) está entrando em nossos hospitais?
Entre tantas influências, destacam-se as seguintes áreas:
- Previsão de resultados – sistemas que apontam previsão de desfechos, alertando para situações de risco e para tomada de decisões ágeis;
- Otimização de Processos operacionais – exemplos: pacientes gerando autoatendimento, entrando em agendamentos de exames, consultas ambulatoriais , atendimentos sem papel, prontuários integrados, sistemas inteligentes de gestão de filas (cirurgias , quimioterapias, radioterapias , etc..)
- Diagnósticos por AI (Inteligência Artificial) – exames com laudos assertivos, rápidos e de acesso fácil aos pacientes no ambiente dos portais.
O nível de integração do sistema é um fator que contribui muito para a qualidade assistencial, obtendo informações em tempo real, criando um ambiente mais seguro e propiciando um apoio fundamental para tomada de decisões.
Os sistemas poderiam buscar soluções para resolver melhor gerenciamento de filas de espera para cirurgias, quimioterapias e por linhas de cuidados.
Assim, daria uma assistência mais ágil e assertiva para o paciente evitando desperdícios (duplicidade de exames, exposição de pacientes a exames e procedimentos desnecessários, encaminhamentos de pacientes a especialidades corretas etc.) sem contar com retrabalho a cada reingresso do paciente ao sistema.
O aperfeiçoamento do “Sistema de Colaboração” entre o ambiente interno e o externo dos Hospitais, também será uma tendência para os próximos anos. Os gestores de TI procurarão colaboração de outras empresas parceiras para resolverem suas demandas que não conseguem resolver internamente, exemplo disto são as plataformas de BI, compras corporativas, sistemas de gestão de custos, entre outros.
Este ambiente colaborativo já existe e será impulsionado pelas soluções que as startups e outras empresas trarão para o ambiente hospitalar.
Trago aqui apenas uma percepção do que estou vendo no mercado e na prática. É claro que existem inúmeras soluções e tendências, e que a velocidade da implantação destas inovações dependerá de investimentos e da estratégia de cada organização.
Fica claro que as soluções estão aí no mercado disponíveis, quais organizações darão os primeiros passos?
Em consonância com a análise trazida pelo Dan, no conteúdo acima, Jackson Batista Junior – Co-Founder e Diretor de Operações da WeKnow Healthtech, empresa especialista em soluções para B.I e Analytics com mais de 20 anos de expertise, complementa:
“Vejo um cenário cada vez mais claro para 2024 de que dentre os vários desafios inerentes ao gestor Hospitalar, a integração entre as diversas fontes de dados nas organizações, bem como um efetivo uso desses dados transformados em informação gerencial para tomadas de decisão cada vez mais assertivas, serão fatores preponderantes para que esse gestor consiga trazer para sua organização as mudanças de processos e estruturais necessárias para uma operação onde a otimização de recursos e consequente redução de custos se fazem quase que obrigatórias.“
Nós da WeKnow estamos por dentro das tendências na gestão estratégica em saúde, trazendo informação gerencial cada vez de forma mais objetiva e com resultados altamente mensuráveis num curto espaço de tempo.
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